Utilizamos o plástico em todo momento da vida. Isso, entretanto, gera os microplásticos: fragmentos de plásticos com dimensões micrométricas. Esses fragmentos poluem o solo, o ar e a água – todos os ambientes.
Esses resquícios plásticos são capazes, pelo tamanho, de entrar na corrente sanguínea e atingir órgãos como fígado, rins e cérebro. Ainda não se sabe ao certo os efeitos em nosso organismo e no meio ambiente dos microplásticos por ser um estudo recente, mas desde a década de 70 encontramos microplásticos nos oceanos, provenientes, principalmente, da lavagem dos tecidos sintéticos.
Isso porque 60% dos tecidos são fabricados a partir de fibras de plásticos (nylon, acrílico e poliéster). Quando eles são lavados, milhares de fibras são liberadas e muitas escapam dos filtros das máquinas de lavar e vão parar nos rios e, posteriormente, nos mares.
Até quando consumimos refrigerante na garrafa PET, percebemos um sabor diferente do mesmo refrigerante em garrafa de vidro. A diferença é que, provavelmente, são liberados micropartículas de plásticos que interferem no sabor.
Quando for a uma lanchonete para consumir um pastel, coxinha ou outro salgado, não deixe aquecer o salgado no microondas dentro de uma sacola de plástico, pois a alta temperatura pode liberar da sacola plástica pequenas partículas – peça para colocar o salgado em um prato, sem nenhuma estrutura de plástico. Temos que repensar nossa relação com o meio ambiente para preservar inclusive nossa própria saúde.
Precisamos urgentemente diminuir a utilização do plástico, ele começa a agredir o meio ambiente deste a sua fabricação até o descarte final.
O oceano nos deu a vida, está na hora da gente retornar o favor.
Sylvia Earle, oceanógrafa.