Quando pesquisamos a história ambiental de Caruaru, percebemos a relação de avanços e retrocessos no quesito da arborização. Em seus 163 anos de existência, a cidade recebeu vários cognomes referentes à arborização – como “Cidade dos Avelozes Esmeraldinos” e “Cidade das Gameleiras”.
O prefeito de Caruaru, Henrique Pinto (1919-22), arborizou várias ruas durante sua gestão. Outro conhecido pela preocupação ambiental foi o prefeito Dr° Celso Galvão (1922-25 e 1936-37), que ficou conhecido como “Amigo das Árvores”. Ele tentou implantar, ao lado do Rio Ipojuca (em parte do atual Bairro Petrópolis), um horto botânico.
Na nossa cidade, as primeiras ruas, becos e praças recebiam nomes devido à vegetação, como a Rua da Floresta (atual Saldanha da Gama), a Praça Linda (Jardim Siqueira Campos), o Beco do Mato (Rua Gov. José Bezerra).
No final do século XIX, a Câmara Municipal de Caruaru ordenou a plantação de centenas de gameleiras (Ficus benjamina), mas, infelizmente, muitas delas foram arrancados durante a nossa história – hoje apenas algumas unidades permaneceram nos locais de origem, como na frente da Igreja da Catedral, no Palácio do Bispo e na frente da Acaccil.
As gameleiras, assim denominadas por Nelson Barbalho, são figueira-benjamina ou ficus-benjamina que foram plantados quando Caruaru ainda era vila; essas árvores centenárias são testemunhas vivas de todo crescimento e desenvolvimento da cidade. Apesar disso, quando observamos o espaço das ruas da cidade na década de 40, percebemos que são os mesmos dos dias de hoje.
A frota de automóveis passou de dezenas para cerca de 170.000 automóveis, além de que o crescimento foi muito rápido. Em ruas como a Duque de Caxias e a Vigário Freire, que têm um grande fluxo de automóveis liberando gases tóxicos, não encontramos sequer uma árvore.
A arborização, no entanto, possui diversas funções na qualidade de nossa vida; elas são responsáveis pela absorção de poluentes, pela produção de oxigênio, pelo abrigo de diversas espécies e até pela diminuição da temperatura, entre outras centenas de vantagens.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), são necessários 12 m² de área verde por habitante, se considerarmos a vegetação da cidade, mais Serra dos Cavalos, são 359 hectares para uma população de 360.000 habitantes, um déficit. Algumas situações minimizaram esse quadro, como a Via Parque, praças e outro parques na cidade. Por isso, precisamos, cada vez mais, do trabalho do poder público e da população.