A palavra vacina tem sua origem do latim “vacca”, que remete ao evento científico do século XVIII – quando o médico e naturalista britânico Edward Jenner utilizou secreções contaminadas de vacas com varíola em um garoto para comprovar que o nosso corpo produz anticorpos (uma defesa natural).
Somente em 1881, contudo, que o cientista francês Louis Pasteur começou a desenvolver a segunda geração de agentes de imunização.
As vacinas são substâncias biológicas que estimulam o nosso corpo a produzir anticorpos. Em outras palavras, elas “ensinam” o corpo a identificar e combater os microrganismos causadores de doenças.
Há vacinas para febre amarela, hepatite, sarampo, gripe, poliomielite (paralisia infantil) e outras enfermidades. No entanto, devido à resistência contra a vacinação, temos episódios lamentáveis em nossa história, como em 1798, quando a vacina antivariólica se tornou obrigatória na província de São Paulo, mas só passou a ser utilizada em massa no final do século XIX em decorrência da resistência paulista; ou como em 1904, quando a população reagiu com protestos contra a imunização no estado do Rio de Janeiro, episódio conhecido como Revolta da Vacina.
Hoje, várias epidemias de gripe, febre amarela e malária continuam a ser propagadas pela população brasileira ainda não imunizada.
Podemos elencar alguns motivos pelos quais os brasileiros estão deixando de vacinar, como: a falsa sensação de que muitas doenças foram eliminadas e de que dispensam prevenção, as famosas fake news que aterrorizam a população e o esquecimento dos pais sobre a importância de imunizar os filhos.
Dessa forma, o cenário brasileiro propicia o reaparecimento de diversas doenças antes erradicadas; assim, males como a poliomielite, o sarampo e a rubéola podem deixar marcas profundas – novamente – na população.
Apesar do cenário de descaso com a imunização, a estimativa é de que as vacinas já salvaram milhões de vidas em todo o mundo e evitam, anualmente, a morte de pelo menos de 1,5 milhões de crianças. Porém, a imunização não é restrita às crianças: é para todas as faixas etárias. Por isso, vá ao posto de saúde, atualize as carteiras de vacinação, fique atento às campanhas e incentive o engajamento dos profissionais de saúde.
No SUS, são ofertadas gratuitamente 20 vacinas diferentes para crianças, adolescentes, adultos e idosos, sendo necessário somente comparecer ao posto de saúde – de preferência com a caderneta de vacinação – para receber a imunização. O Calendário Nacional de Vacinação pode ser conferido através do link: https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Vacinação/Calendário%20Nacional%20de%20Vacinação%20-%202022.pdf.
Precisamos, juntos, conscientizar e sensibilizar a população para a importância da vacinação.
Alexandre Nunes é professor e biólogo